Acho que esta é uma situação
das mais complexas para o professor, não no sentido de entrar ou não na questão, mas de como abordar a criança para
que ela fale sobre o assunto sem aumentar o trauma. Digo isto porque esta é uma
situação que não pode ser relevada devido aos enormes estragos psicológicos
deixados e pelo eminente risco de morte da criança. A aproximação na criança
deve ser cautelosa para não alardear para os demais alunos, pois isto aumentaria
a humilhação, é preciso então usar do conhecimento individual para com este
aluno e aproximar-se num momento em que os demais estejam longe,.
Antes de mais nada temos que ter em mente que nenhuma
informação deve ser obtida sob pressão, pois quanto mais calma a criança, maior
será a confiança no professor. A partir daí buscamos de forma cautelosa as
informações que ajudarão a descobrir a fonte da agressão. Este primeiro contato
é vital, pois entendo que o professor deve ser o indivíduo de maior
credibilidade diante do aluno, e no caso de uma agressão do pai ou da mãe esta
credibilidade poderá facilitar uma futura abordagem da direção da escola com os
pais.
Porém, a casos mais graves em que a agressão é feita por
pai e mãe, ou por um deles sendo o outro conivente com a agressão. Neste caso o
relato da criança pode ser bem mais difícil, buscando ela, desvencilhar do
assunto ou inventando algo para justificar as marcas no corpo. Entendo que a
criança vê os pais como seres a lhe desvendar o mundo, e a lhes proteger de
tudo que os cercam. No momento em que ela sofre uma agressão mútua, o seu senso
de defesa manda que ela se cale pois a sua condição dentro do lar está
ameaçada.
Dentro deste quadro traumático, podemos como professores
de arte buscar a conscientização do quanto ela é importante como ser humano,
pois os traumas físicos são curados , mas os psicológicos perduram por toda a
vida do indivíduo, assim sendo o olhar para com esta criança deve ser
diferenciado ao longo das aulas, buscando atividades que trabalhem a sua alto
estima e criando possibilidades para que ela expresse os sentimentos reprimidos.
Alunos : Décio Luís Ferreira
Pessanha
Isabel de Sousa Azeredo Pedroso
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